domingo, 2 de julho de 2017

DOMINGO EM ACARAÚ

CONHEÇA UM POUCO DO NOSSO PRÍNCIPE DOS POETAS

PADRE ANTÔNIO THOMAZ Lourenço, nasceu na cidade de Acaraú, Ceará, a 14 de setembro de 1868. Filho do professor Gil Thomaz Lourenço e dona Francisca Laurinda da Frota. Cursou latim e francês em Sobral, e concluiu seus estudos no Seminário de Fortaleza, onde foi ordenado sacerdote, em 1891. Esteve longos anos a serviço da Igreja, em paróquias do interior cearense, notadamente como vigário de sua terra natal, levando vida modesta e apagada, dedicado a sua missão, escrevendo versos e cuidando de sua paróquia. Exerceu o paroquiato durante trinta anos, tendo sido vigário de Trairí e de Acaraú, de 1892 a 1924, quando por motivo de saúde, deixou o exercício do múnus paroquial, a que dedicara todas as reservas da sua atividade apostólica. Iniciou-se na publicação de seus sonetos, no ano de 1901, quando o Almanaque do Ceará, daquele ano, publicou o soneto Post-Laborem. Escreveu dezenas de sonetos que eram levados à imprensa pelos amigos, já que na sua humildade e timidez procurava fugir à publicidade. Recebeu, entretanto, ainda em vida, consagração popular, sendo eleito, Príncipe dos Poetas Cearenses, num pleito realizado pela revista “Ceará Ilustrado”, em 1925. Está classificado entre os maiores sonetistas brasileiros, gênero a que mais se dedicou, escrevendo também composições de feição e ritmos variados, caracterizando-se por sua independência em relação a qualquer movimento ou escola literária. Foi membro da Academia Cearense de Letras e, em 1919, eleito sócio do Instituto Histórico, Geográfico e Etnográfico do Ceará. Faleceu em Fortaleza, a 16 de julho de 1941, sendo sepultado no dia seguinte, na Igreja Matriz da Cidade de Santana do Acaraú, Ceará.

POST-LABOREM
O vento das paixões, na mocidade,
Em nossa mente estranho fogo ateia;
Nem de leve nossa alma, então, receia
Do mar da vida a negra tempestade.

Nas grandes lutas próprias dessa idade,
Sente-se arder o sangue em cada veia;
Em trabalhos e afãs jamais fraqueia
Nossa tenaz, acérrima vontade.

Chega a velhice e tudo esfria e acalma;
Convertem-se os trabalhos e os afãs
Em paz forçada, em vergonhosa calma.

E o resultado dessas lutas vãs
É sempre o mesmo, – desenganos nalma,
Rugas na face, na cabeça cãs.



A MÚSICA DO DOMINGO: FEIRA DE MANGAIO – CLARA NUNES




ARPOEIRAS PELAS LENTES DE NETIM ANDRADE






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