A morte do motorista da Uber Guilherme e Silva Maia, 22,
joga luz a uma situação que volta e meia o fortalezense se depara. Não são
raros em Fortaleza “avisos” sobre o transitar por áreas em que grupos
criminosos exercem controle por meio de ameaças. E, como no caso de Guilherme,
por ações diretas. No último domingo, 23, ele não viu uma pichação informando
aos que entrassem de carro na Alameda das Palmeiras, no bairro Ancuri, que o
façam com os vidros do carro baixos.
De acordo com uma fonte ligada à Polícia Civil, os
traficantes criam barreiras e colocam avisos nas paredes para se protegerem de
facções criminosas rivais. Com o vidro aberto e sem capacete, eles identificam
quem entra e quem sai da comunidade. E obedece quem tem juízo. Os que
descumprem as medidas do “código de conduta” velado se tornam alvo.
Titular da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social
(SSPDS), André Costa reconhece a existência dos “alertas” em vários muros da
Capital. Para ele, a concretização prática das ameaças ocorre “apenas” quando a
Polícia não está por perto. O secretário rebate as críticas que falam de lugares
nos quais a Polícia “não entra” devido ao tráfico. “Não existe isso de locais
em que a Polícia não vá, não entre, não atue. Desde janeiro a gente tem provado
isso. Inclusive eu, pessoalmente, já estive em locais que matérias diziam que
não ia”, afirmou.
Na praça Pedro II, na Parangaba, há duas semanas existia uma
dessas ameaças pichada em um muro. Ela “alertava” que era proibida formação de
grupos ou reuniões no local. Por medo, ninguém se arriscava a sentar nos bancos
ou andar na pista de skate. No mesmo muro, as antigas inscrições foram
substituídas pelo dizer “PM”, em alusão à Polícia Militar. Questionada pela
reportagem, a SSPDS não respondeu a respeito do que agora está estampado no
muro.
Fonte: O Povo
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