sexta-feira, 28 de julho de 2017

AMEAÇAS EM MUROS DITAM REGRAS E FAZEM VÍTIMAS EM FORTALEZA

A morte do motorista da Uber Guilherme e Silva Maia, 22, joga luz a uma situação que volta e meia o fortalezense se depara. Não são raros em Fortaleza “avisos” sobre o transitar por áreas em que grupos criminosos exercem controle por meio de ameaças. E, como no caso de Guilherme, por ações diretas. No último domingo, 23, ele não viu uma pichação informando aos que entrassem de carro na Alameda das Palmeiras, no bairro Ancuri, que o façam com os vidros do carro baixos.

De acordo com uma fonte ligada à Polícia Civil, os traficantes criam barreiras e colocam avisos nas paredes para se protegerem de facções criminosas rivais. Com o vidro aberto e sem capacete, eles identificam quem entra e quem sai da comunidade. E obedece quem tem juízo. Os que descumprem as medidas do “código de conduta” velado se tornam alvo.

Titular da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), André Costa reconhece a existência dos “alertas” em vários muros da Capital. Para ele, a concretização prática das ameaças ocorre “apenas” quando a Polícia não está por perto. O secretário rebate as críticas que falam de lugares nos quais a Polícia “não entra” devido ao tráfico. “Não existe isso de locais em que a Polícia não vá, não entre, não atue. Desde janeiro a gente tem provado isso. Inclusive eu, pessoalmente, já estive em locais que matérias diziam que não ia”, afirmou.

Na praça Pedro II, na Parangaba, há duas semanas existia uma dessas ameaças pichada em um muro. Ela “alertava” que era proibida formação de grupos ou reuniões no local. Por medo, ninguém se arriscava a sentar nos bancos ou andar na pista de skate. No mesmo muro, as antigas inscrições foram substituídas pelo dizer “PM”, em alusão à Polícia Militar. Questionada pela reportagem, a SSPDS não respondeu a respeito do que agora está estampado no muro.


Fonte: O Povo

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