A expectativa
pela festa de réveillon em Jericoacoara, que promete ser “a maior do mundo”,
levanta alerta sobre os impactos ambientais e a massificação do turismo na
região. A Secretaria do Turismo de Jijoca de Jericoacoara afirma que haverá
medidas diferenciadas no período. No entanto, especialistas fazem ressalvas
sobre a compatibilidade do evento com a preservação das riquezas naturais.
O evento
“Réveillon John Jonh Rocks Jeri 2019” promete cinco dias de festa, de 27 a 31
de dezembro, com 80 horas de show, em quatro diferentes locais de Jericoacoara.
Nomes como Ivete Sangalo e Anitta já foram divulgados pela organização, e os
ingressos chegam a R$ 2.400 por pessoa.
O professor
do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Ceará (UFC) Jeovah
Meireles pontua que “a natureza não suporta a quantidade abusiva de pessoas
devido a fragilidade dos sistemas ambientais presentes”. Segundo ele, a Vila
está inserida nos limites do Parque Nacional de Jericoacoara, unidade de
proteção integral, e o fluxo intenso de turistas sem um controle pode acelerar
a degradação do ecossistema.
O
coordenador do Fórum de Turismo do Estado do Ceará, Pedro Carlos, aponta para
outro problema: a perda das características que tornam Jeri um lugar único. “(O
evento) nos preocupa. Criticamos porque Jericoacoara está passando por uma
situação perigosa. Dizer que Jeri pode ser uma Ibiza (ilha turística na
Espanha) não tem nada a ver”, ressalta.
Por outro
lado, o secretário do Turismo do município de Jijoca de Jericoacoara, Ricardo Gussa
Wagner, disse que o evento deve atrair um público de 3 mil turistas. O número
corresponde a 30% da capacidade total que a Vila de Jericoacoara comporta,
segundo o secretário. “A maioria das pessoas vai estar hospedada em Jeri, ou
seja, dentro da capacidade hoteleira da região”, pontua.
Sobre o
consumo de água e o despejo do esgoto e dos resíduos sólidos produzidos em
decorrência da festa, Ricardo destacou que a organização irá providenciar
caminhões para o abastecimento de água, tubulações para os banheiros e para o
tratamento de esgoto. “Não serão despejados para o mar. Vai ser um serviço à
parte”, afirma.
Fonte:
Tribuna do Ceará
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